Observações dos dois grupos de primatas associaram os toques de filhotes a contextos de cuidado e atenção conjunta
Por Fernanda Zibordi (Jornal da USP)
Antes de um ser humano sequer desenvolver a fala, ele já é capaz de se comunicar por meio de sons, expressões e gestos. Os bebês, que estão dando seus primeiros passos nas interações sociais, utilizam o corpo para interagir e se engajar com o mundo ao redor, sendo que o toque está entre as ações mais comuns desse contexto. É nesse sentido que artigo publicado na revista científica Animal Cognition procurou documentar toques de bebês humanos e bebês chimpanzés nos rostos de outros indivíduos. O estudo observou diferentes grupos a fim de verificar a importância do toque social no desenvolvimento de filhotes de primatas.
O toque social pode ser definido como todo comportamento de contato físico entre pelo menos dois seres, que envolve algum tipo de engajamento. “Abraços, segurar na mão, carinho, são todos toques sociais, que nem sempre são positivos”, comenta Beatriz Felicio, uma das autoras do artigo. Os toques estão sujeitos a subjetividade, já que a interpretação e o significado dados a eles podem variar a depender da situação.
Doutoranda na área de Psicologia Experimental no Instituto de Psicologia (IP) da USP, Beatriz Felicio teve como foco de seu mestrado a importância dos toques faciais em populações de macacos-pregos. Foi a partir da pouca quantidade de estudos sobre o tema que a pesquisadora decidiu não apenas se aprofundar no assunto como também estender a investigação para humanos e chimpanzés. A ideia da pesquisa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) e orientada pela professora Patrícia Izar, era verificar se o toque social já se fazia importante para infantes de possíveis ancestrais comuns entre o macaco-prego e os hominídeos.
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